A altíssima ocorrência de incêndios no Brasil: como a tecnologia pode ajudar ?
No vasto e indomável cenário do agronegócio, os incêndios em áreas rurais tornaram-se uma verdadeira guerra, devastando campos e florestas de maneira implacável. Esses incêndios, muitas vezes agravados por secas prolongadas e mudanças climáticas imprevisíveis, representam um desafio complexo que vai além da destruição imediata. Para o setor agrícola, eles acendem não apenas o solo, mas também preocupações econômicas e ambientais.
As chamas devastadoras consomem grandes extensões de terra, transformando solo fértil em poeira estéril e deixando um rastro de destruição. Os agricultores, já enfrentando as incertezas do clima, agora encaram a ameaça adicional do fogo, uma força da natureza que pode dizimar anos de trabalho árduo em meros instantes. As colheitas são reduzidas a cinzas, o gado perece e ecossistemas inteiros são perturbados. O prejuízo não é apenas físico, mas também financeiro, à medida que esses incêndios resultam em perdas econômicas significativas para os agricultores e a indústria do agronegócio.
Contudo, o impacto desses incêndios vai muito além dos campos. A fumaça e as cinzas liberadas na atmosfera contribuem para a poluição do ar, agravando problemas de saúde nas comunidades próximas. A perda de vegetação também afeta diretamente o clima, já que o carbono armazenado em árvores e plantas é liberado no ar, contribuindo para o aquecimento global. Esse ciclo vicioso de destruição e degradação ambiental ressalta a necessidade urgente de soluções.
Brasília - Incêndio atinge o Parque Nacional de Brasília - Foto Fabio Rodrigues-Pozzebom - Agência Brasil
A Agência Brasil alerta que “O Brasil precisa reduzir a exposição da população à fumaça gerada pelas queimadas para evitar um aumento do número de casos de câncer nas próximas décadas. O alerta é da epidemiologista Ubirani Otero, chefe da Área Técnica Ambiente, Trabalho e Câncer do Instituto Nacional de Câncer (Inca), que define o cenário atual como “muito preocupante”.
A pesquisadora conversou com a Agência Brasil nesta terça-feira (17) sobre os efeitos da fumaça na saúde humana e destaca:
“Se a gente não prevenir essas questões hoje, a gente corre risco de ter um aumento dos tipos câncer relacionados ao sistema respiratório em um futuro próximo”, diz Ubirani Otero.
Identificação rápida de focos de incêndio
Para dificultar a propagação do fogo, a vigilância por câmeras pode fazer a diferença. O Modelo acima, usa um sistema de acoplada a um software de gestão de risco, que identifica com rapidez focos de incêndio em um raio de até 15 quilômetros. Com rotações laterais em 360º e movimentos no sentido vertical, a câmera é especialmente útil em canaviais e plantações de eucalipto.
O software usado na detecção distingue nuvens ou neblinas da fumaça provocadas pela queima, minimizando os riscos de falsos alarmes. A câmera não só visualiza incêndio ainda em estágio inicial como indica as coordenadas exatas do problema, o que ajuda as brigadas a chegarem rapidamente ao foco. Saiba mais como ela funciona:
As câmeras inteligentes utilizadas no projeto estão contribuindo para aumentar a segurança e a produtividade no campo. Isso é viabilizado pela integração com o System Agro, um sistema desenvolvido por uma empresa especializada em tecnologia e inteligência para os setores agrícola e pecuário. Essa solução inovadora, aliada às câmeras de alta resolução, possibilita a detecção automática de focos de incêndio em um raio de até 15 quilômetros. Além disso, o sistema oferece recursos avançados para o monitoramento inteligente em tempo real de tudo o que ocorre no campo.
O principal objetivo do System Agro é trazer inteligência ao campo, prevenindo prejuízos causados por incêndios em áreas de plantio, preservação ambiental e armazenamento. Além de reduzir os custos com brigadas de incêndio, o sistema permite o combate aos focos de incêndio logo no início. As Câmeras e um sistema similar foi apresentada com grande êxito durante a Agrishow 2016, realizada em abril, mas parece que prevenção e gestão de risco não é o forte dos Governo Brasileiro em todas as esferas.
Tecnologia avançada
O sistema de detecção de incêndio opera em conjunto com as câmeras de última geração, que oferecem rotação contínua de 360º. Outro diferencial é o zoom de até 30 vezes, o que torna essas câmeras ideais para uso em áreas remotas e com condições adversas, típicas do campo. Projetadas para resistir a poeira, chuvas de granizo, nevoeiro e neblina, as câmeras garantem imagens de alta qualidade, independentemente das condições climáticas.
O inovador Sistema FAEDO para detecção precoce de incêndios florestais assegura a proteção da Serra do Retín, em Cádis
Com uma tecnologia que antecipa focos de incêndio, o sistema permite uma identificação precisa e rápida, facilitando a pronta extinção dos mesmos.
Com alcance de até 20 quilômetros de raio, esta solução funciona ininterruptamente, seja de dia ou de noite.
A Indra, já tendo implementado essa mesma tecnologia para a preservação de florestas na Espanha e Bulgária, avança mais uma vez em sua atuação.
Câmara
A Indra, uma das empresas líderes em consultoria e tecnologia no cenário global, instalou seu Sistema Faedo de vigilância contra incêndios florestais na região da Serra do Retín, em Cádis. Essa implementação foi confiada à empresa pelas forças armadas, visando assegurar que o campo de treinamento da região atenda às rigorosas exigências de segurança e de preservação ambiental.
Foram instalados seis postos de vigilância automática, equipados com sensores térmicos capazes de medir com exatidão a temperatura em distâncias que chegam a 20 quilômetros. Esses dados são enviados diretamente ao centro de controle. O sistema é complementado por um algoritmo sofisticado, que tem a capacidade de distinguir pequenos focos de incêndio de falsos alarmes, garantindo uma vigilância precisa e eficiente.
