Neste contexto, torna-se evidente a importância de conhecer profundamente o cliente e seu problema. É essencial entender claramente qual é o problema e qual a solução mínima que irá resolver a questão desse cliente. Também fica evidente a vantagem de trabalhar em um problema próprio, pois, sendo você mesmo o cliente, é mais fácil definir o que é essencial para solucionar o problema.

Eric Ries cunhou o termo MVP, Produto Mínimo Viável, em 2011. Esse conceito de produto mínimo não é uma novidade. Em 2003, Mark Denne, consultor na Accenture, e Jane Cleland-Huang, professora de ciência da computação na DePaul’s University, escreveram o livro “Software by Numbers”. Nele, defendem uma metodologia de financiamento incremental do desenvolvimento de software, chamada IFM (Incremental Funding Model), que se baseia em requisitos de desenvolvimento de software divididos em MMF (Funcionalidade Mínima Comercializável). Ou seja, a ideia é sempre desenvolver software de forma mínima para colocá-lo no mercado o mais rápido possível.

Esse conceito de produto mínimo é muito importante porque, como o software permite realizar muitas funções interessantes, é fácil cair na tentação de querer adicionar “só mais uma funcionalidade” antes de lançar o produto. É crucial ponderar se essa funcionalidade não terá um custo muito alto de desenvolvimento em termos de tempo, energia e dinheiro, em relação ao benefício que pode trazer para a solução do problema do cliente. Lembre-se das curvas de retorno de investimento discutidas no capítulo 15.